Em São Paulo, uma exposição mostra os rosto de gente que você conhece pelo menos de nome: Doutor Arnaldo, Brigadeiro Luiz Antônio, Oscar Freire, entre outros. Tudo isso no traço inteligente do cartunista Paulo Caruso.
São Paulo é uma cidade de muita gente. Alguns nomes a gente vai conhecendo pelo caminho: Teodoro Sampaio, Rebouças, Frei Caneca...ou Alameda Joaquim Eugênio de Lima, uma das travessas da avenida mais famosa de São Paulo, a Paulista. O que só algumas pessoas sabem é que foi ele quem projetou a Paulista, e o que quase ninguém sabe é qual a cara do engenheiro.
A ideia foi do cartunista Paulo Caruso, um paulistano que leva São Paulo no nome, filho de outro Paulo que nasceu no dia do aniversário de São Paulo. Como não querer saber mais sobre essa cidade?
"A partir daí eu tenho um gancho com a minha história afetiva com a cidade", conta o cartunista Paulo Caruso.
A família foi só o começo. A partir daí, Caruso começou a pesquisar, dar cara para quem só aparecia na placa de rua e as pessoas agora podem conhecer como eram Rebouças e Teodoro Sampaio. "Os dois negros, engenheiros militares que fazem o mapeamento do Brasil de alguma maneira", diz Caruso.
As caricaturas revelam um pouco da história de cada uma dessas pessoas. Ramos de Azevedo, um dos arquitetos que desenharam a antiga São Paulo, aparece como um confeiteiro. "Essa arquitetura que Mário de Andrade chamava de arquitetura chantili, arquitetura bolo de noiva. Parece que tem uma decoração por cima do prédio", afirma o cartunista.
Giuseppe Martinelli, Brigadeiro Luís Antônio, Frei Caneca, Jânio Quadros, "o túnel que levou o Brasil à ditadura". Tem até um ladrão histórico. "É o ladrão, o bom ladrão, Gino Amleto Menegueti, o cara que roubava e fazia disso uma bandeira política. Ele era anarquista", explica Paulo Caruso.
Estão todos representados e, vendo desse jeito, a metrópole de tantas ruas e avenidas, parece bem mais humana. "Também acho que a alma deles está aqui celebrada", pontua o cartunista.