"... então perguntei a mim mesmo: Deve a fé ser cega?
Por que deve vir da necessidade que as pessoas têm de acreditar?
Somos todos nós tão lamentáveis em nosso desejo em ficar livres do fardo que abraçaremos o cristianismo ou outra asserção da autoridade de Deus.
Olhem ao redor.
A autoridade de Deus reduz todos nós, onde quer que estejamos no mundo, qualquer que seja a nossa tradição, a uma vil submissão. Então onde se deve encontrar a verdade?
O ecumenismo é politicamente correto, mas qual é a questão?
Se a fé é válida em todas as suas formas, estamos meramente fazendo uma escolha estética quando escolhemos Jesus?
E se vocês dizem: não, claro que não, então devemos perguntar: Quem são os eleitos caminhando abençoadamente pela verdadeira trilha da salvação... e quem são os outros, os desorientados?
Podemos dizer?
Será que sabemos?
Nós achamos que sabemos - claro que achamos que sabemos.
Mas como distinguir nossa verdade da falsidade do outro, nós da verdadeira fé, exceto pela história que acalentamos?
A nossa história de Deus. Mas, meus amigos, eu lhes pergunto: É Deus uma história?
Podemos, cada um de nós examinando nossa fé - quero dizer seu puro centro, não suas consolações, nem seus hábitos, nem seus sacramentos rituais -, podemos continuar acreditando no coração de nossa fé que Deus é a nossa história sobre Ele?
Pretender encerrar Deus nesta nossa história cristã, abraçá-Lo, circunscrevê-Lo, o autor de tudo que podemos conceber e de tudo que não podemos conceber... em nossa história Dele?
Ou dela?
OU DE QUEM?
Do que em nome de Cristo achamos que estamos falando!"
E. L. Doctorow, em DEUS - Um Fracasso Amoroso
CarlWeiss
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